terça-feira, 27 de julho de 2010

Você sabe o que é um cometa?

Basicamente, cometas são 'pedras de gelo sujo'. O gelo dessas pedras é formado principalmente por material volátil (passa diretamente do estado sólido para o estado gasoso) e a 'sujeira' é constituída principalmente por poeira e pedras (dos tamanhos mais variados).

Cometas são objetos do Sistema Solar (estão presos gravitacionalmente ao Sol). Ao contrário dos planetas, cujas órbitas são quase circulares (a distância de um planeta ao Sol varia pouco), os cometas têm órbitas muito elípticas, o que realça o seu aproximar-afastar do Sol. Quanto mais distante for o afélio de um cometa (ponto de sua órbita mais distante do Sol) mais tempo o cometa levará para dar uma volta completa em torno do Sol.

O que é a Cabeleira e a Cauda?

Quando essa 'pedra de gelo sujo' (o núcleo do cometa) vai se aproximando do Sol, a temperatura em sua superfície vai aumentando. O dióxido de carbono (CO2, 'gelo seco'), que é um dos principais constituintes dos cometas, volatiza a -53oC. Normalmente os cometas passam a maior parte de suas 'vidas' a distâncias tão grandes do Sol que suas temperaturas são muito inferiores a essa.

Quando se aproxima suficientemente do Sol dá-se início ao processo de volatização de parte dos constituintes dos cometas. Os gases e grãos libertos do núcleo, devido a esse processo, formarão uma nuvem a sua volta. Chamamos essa nuvem de cabeleira (ou coma) do cometa. Parte do material dessa nuvem será 'soprado' pelo 'vento solar' no sentido contrário ao que o Sol se encontra, formando a cauda do cometa.

Laboratório Astronômico da UFMG


Em termos de Sistema Solar, a Terra se encontra próxima do Sol. Quando um Cometa se aproxima de nosso planeta, por também ter se aproximado do Sol, ele se aproxima portando cabeleira e cauda.

Em geral, por volta de 5 UA do Sol, a luz refletida pelos grãos de poeira da cabeleira do cometa, somada à luz emitida pelas moléculas também de sua cabeleira (processo de fluorescência onde as moléculas absorvem radiação ultravioleta do Sol e emitem luz visível), passam a ofuscar a nossa visão do núcleo do cometa. O que vemos de um cometa, nas regiões internas do Sistema Solar, são a sua cabeleira e a sua cauda.




A Origem dos Cometas
Cometas de curto período (menos de 200 anos) têm órbitas em planos próximos ao plano das órbitas dos planetas; cometas de longo período (de centenas a centenas de milhares de anos) têm órbitas em planos com as orientações as mais variadas (parecem vir de todas as direções do céu).

Em 1950, a partir de análise das órbitas dos cometas, Jan Hendrik Oort (1900-1992) propôs o modelo atualmente aceito para a origem dos cometas de longo período. Segundo Oort, existe uma imensa 'nuvem' de núcleos cometários orbitando o Sol, em órbitas aproximadamente circulares, a distâncias que variam de 30.000 UA a mais de 60.000 UA do Sol. Seriam mais de um trilhão de objetos, dos mais variados tamanhos.

Quando perturbados esses objetos começariam um movimento de 'queda' pras regiões internas do Sistema Solar (adquiririam órbitas bastante elípticas), tornando-se assim cometas de longo período. Essa 'nuvem' é chamada de 'Nuvem de Oort'

Em 1951, Gerard Peter Kuiper (1905-1973) propôs serem os cometas de curto período oriundos de uma região plana, coincidente com o plano das órbitas dos planetas, com início logo após a órbita de Netuno (aproximadamente 30 UA do Sol) e se estendendo até aproximadamente 100 UA. Esse é o modelo atualmente aceito para a origem dos cometas de curto período. Essa 'arruela' de núcleos cometários é hoje chamada de 'Cinturão de Kuiper'.

Estima-se que o Cinturão de Kuiper seja constituído por volta de 10.000 objetos com mais de 300 Km de diâmetro; 35.000 com mais de 100 Km; 3.000.000 com mais de 30 Km; etc.






Por Alexandre Luiz

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